quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Queridas Calorias


Acabei de chegar da academia e estou com fome. É só sair de lá que aumenta o meu apetite. Confesso que parei de levar dinheiro quando vou malhar desde que colocaram uma lanchonete e uma casa de tapiocas no meio do caminho. Aquele cheiro de batata frita, presunto e bacon me mata!

“Mas foram cinquenta minutos de sofrimento no spinning!” – isso porque hoje eu fiquei com preguiça de ir para a aula de dança aeróbica.

Tento me concentrar, ignoro o cheiro de gorduras e penso naquele fedor de gente suada da aula. Hum… eca! Perdi o apetite.

Odeio ter que ir para a academia. Odeio musculação. É uma coisa tão sem sentido, não acha? Ficar puxando e empurrando peso não tem graça. Não quero ser bombada, nem ficar “gostosona” para ouvir “fiu-fiu’s” no meio da rua. Quero apenas acabar com a camada adiposa extra que me pertence – eu gostaria de ser clara com você, querido leitor, e dizer que eu estou acima do peso e preciso emagrecer, mas nessa onda de bullyng que nos rodeia, se autodenominar gorda pode dar cadeia.

A primeira vez que me matriculei numa academia e fiz a avaliação, me sugeriram fazer esse tal de “spinning” e, como uma boa alienada que sou, tive que ter a ousadia de perguntar: “o que é isso?” Provavelmente, a resposta que eu obtive foi a mesma dada em todas as academias e à todos que perguntam: “Spinning é uma atividade aeróbica e de mudanças de ritmo, realizada em uma bicicleta estática ao ritmo da música, simulando subidas, baixadas e planos.” Ou seja, você fica pedalando em cima de uma bicicleta que não sai do lugar e que faz doer o bumbum enquanto o professor fica gritando: “aumenta carga”, “vamos subir”, “sinto cheiro de pneu queimado”, “saí pizza”, “sai torta de chocolate” “vamos… façam de conta que estamos subindo o Alto da Boa Vista.” Isso tudo ao som de alguma música agitada.

Sabe o que é pior? Durante a aula eu só conseguia pensar no rodízio de pizza que fui no sábado passado. Eu amo comer – quem não ama, né? Amo pizza – essa maldita que esconde infinitas calorias no seu “z” extra. E, para piorar, acabamos a noite de sábado na Lapa, tomando açúcar com limão, gelo e cachaça – que é vulgarmente conhecido como caipirinha. E enquanto pensava nisso eu prometia a mim mesma nunca mais vacilar assim de novo.

“Pizza? No máximo uma fatia e a mais light possível!”.

“Caipirinha? Uma vez por ano e não se fala mais em bebida alcoólica até que (quase) toda a minha camada adiposa tenha se exterminado.”
Eu, essa pessoa que vos fala, está definitivamente de dieta!
(O telefone toca!)
- Oi amiga!
(…)
- Eu estava escrevendo, mas nada muito importante, não. Acabei de voltar da academia.
(…)
- Rodízio de que?
(…)
- Hum, que delícia. Que dia?
(…)
- Sexta está perfeito! Todo mundo vai?
(…)
- Hum… Legal! Vai ser onde, Ipanema mesmo?
(…)
- Claro, pode ser.
(…)
- Festa depois do rodízio? Qual a graça?
(…)
- Ahh…Não vai ter comida? Ainda bem, né? (Risos)
(…)
- Então vão se reunir para beber?
(…)
- Claro que topo. Passo de carro na sua casa, 19h.
(…)
- Até lá, Beijos.

Bom, como eu estava falando, eu ainda tenho dois meses pagos na academia. Ainda terei muito suor de reclamação para derramar nas aulas de spinning.

Vídeo extra:


3 comentários:

  1. Essa cronica é a minha cara..... rsrsrs bjks

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  2. uahsuahsuhas... Gostei, O melhor foi o bullyng... rsrs' eu ri muito! ;d

    Lala.

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  3. A parte do telefone eu achei que estivesse fora do script (qdo vc fala "ih..meu telefone" rsrs)

    Legal o lance de ler o post. Mandou bem

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