O conheci por acaso. Estávamos em algum evento social. Eu conversava
com um grupo de amigos quando ele passou. O reparei porque vi que ele me
encarava. Ou será que ele me encarou por que viu que o reparava? Tanto faz, mas,
para disfarçar, olhei pra um amigo e comecei a contar algo que nem fazia
sentido.
- Tá
tudo bem? – me perguntaram.
- Tudo
ótimo agora, ele já se foi.
Tomaram
o copo de chope da minha mão, alegando que eu já não estava no meu juízo
normal. Mas nem poderia estar me sentindo melhor. Não precisava de mais nada.
Quando o vi, tive certeza que havia encontrado o genro que minha mãe queria.
Fingi
que iria ao banheiro que ficava atrás do bar, onde ele estava, para vê-lo de
mais perto. Mas, no caminho, vi uma conhecida, famosa por sua tagarelice, vindo
em minha direção. Desviei para o bar, peguei uma bebida que estava no balcão e
virei para que ela não falasse comigo. Saí e, na pressa, esbarrei em alguém.
O rapaz
estava com uma camisa branca e a bebida que eu, sem querer, deixei derramar
nele, era azul. Ficou todo sujo e melado. Encabulada, abaixei para pegar o copo
que ficou intacto no chão e, antes mesmo de olhar para o rosto dele, ofereci lenços
de papel que eu tinha na minha bolsa.
- Não
vai adiantar, obrigado.
-
Caramba, perdão. Desculpa mesm... – foi aí que olhei pro rosto dele – Ai é você?!
- Eu? O
que tem? – ele perguntou.
Deu
vontade de dizer que eu senti que ele seria o futuro genro da minha mãe, mas
não fui tão desbocada. Conversamos algum tempo no bar, rimos do acontecido e
depois dançamos na pista.
Ao final
da festa, trocamos telefones. Ele me ligou no dia seguinte e saímos para dar
uma volta na praia. Falávamos e ainda nos falamos diariamente, nos víamos e
ainda nos vemos sempre que possível!
Minha
intuição não falhou dessa vez, ele é o genro da minha mãe. Só não sei se ele é,
exatamente, o que ela sonhava. Estou, há alguns meses, ensaiando uma maneira de
contar pro meus pais: “Pai, mãe, meu namorado é pagodeiro!”.