sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Minha intuição pode se enganar, mas não falha


O conheci por acaso. Estávamos em algum evento social. Eu conversava com um grupo de amigos quando ele passou. O reparei porque vi que ele me encarava. Ou será que ele me encarou por que viu que o reparava? Tanto faz, mas, para disfarçar, olhei pra um amigo e comecei a contar algo que nem fazia sentido.
              
                - Tá tudo bem? – me perguntaram.
                - Tudo ótimo agora, ele já se foi.
               
                Tomaram o copo de chope da minha mão, alegando que eu já não estava no meu juízo normal. Mas nem poderia estar me sentindo melhor. Não precisava de mais nada. Quando o vi, tive certeza que havia encontrado o genro que minha mãe queria.
              
                Fingi que iria ao banheiro que ficava atrás do bar, onde ele estava, para vê-lo de mais perto. Mas, no caminho, vi uma conhecida, famosa por sua tagarelice, vindo em minha direção. Desviei para o bar, peguei uma bebida que estava no balcão e virei para que ela não falasse comigo. Saí e, na pressa, esbarrei em alguém.
               
                O rapaz estava com uma camisa branca e a bebida que eu, sem querer, deixei derramar nele, era azul. Ficou todo sujo e melado. Encabulada, abaixei para pegar o copo que ficou intacto no chão e, antes mesmo de olhar para o rosto dele, ofereci lenços de papel que eu tinha na minha bolsa.
                
                - Não vai adiantar, obrigado.
                - Caramba, perdão. Desculpa mesm... – foi aí que olhei pro rosto dele – Ai é você?!
                - Eu? O que tem? – ele perguntou.
                
                Deu vontade de dizer que eu senti que ele seria o futuro genro da minha mãe, mas não fui tão desbocada. Conversamos algum tempo no bar, rimos do acontecido e depois dançamos na pista.
                
               Ao final da festa, trocamos telefones. Ele me ligou no dia seguinte e saímos para dar uma volta na praia. Falávamos e ainda nos falamos diariamente, nos víamos e ainda nos vemos sempre que possível!
             
              Minha intuição não falhou dessa vez, ele é o genro da minha mãe. Só não sei se ele é, exatamente, o que ela sonhava. Estou, há alguns meses, ensaiando uma maneira de contar pro meus pais: “Pai, mãe, meu namorado é pagodeiro!”. 

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Liberdade molhada


Rio de Janeiro, 03 de novembro de 2011

Quando ouço alguém dizer que tem vontade de morar sozinho, tento me controlar para não desestimulá-lo expondo os problemas que essa pseudo-liberdade carrega. Encontro-me nessa situação há dois anos e um dia (desde 1/11/09). No início tudo é maravilha até que chega o momento em que você se vê obrigado a sair de casa para comprar pano de prato. Aí sim, que a vida começa de verdade.
Apesar de ter apenas setecentos e trinta e um dias de dona de casa, posso garantir a você que meus problemas são inumeráveis. Coisas como pregos soltos na fechadura da porta, lâmpadas queimadas, suporte do espelho quebrado e trilhos da cortina com defeito, fazem com que eu me arrependa de ter desejado viver assim, só.
Hoje mesmo eu quis, no fundo do meu coração, ainda ter pouca idade para viver sob os cuidados dos meus pais. Já passara da meia noite quando resolvi lavar roupa. Tenho hábitos noturnos e sempre achei que o melhor horário para realizar qualquer atividade é na madrugada. Ao ligar a máquina, percebi um vazamento no registro. Tentei apertá-lo, mas em vão. Não somente por minha pouca força, mas ele estava com problema e, quanto mais eu tentava consertá-lo, maior era o volume da água que saía. Comecei a entrar em desespero, apelei pro registro geral, mas sem sucesso.
Sentei no chão da cozinha pensando em uma maneira de solucionar essa situação. Contudo, fracassei. Nenhum dos conceitos de modelagem que eu adquirira me foi útil. Para o meu vazamento de água, não existiam algoritmos ótimos! Liguei para a portaria, o vigia atendeu e pediu pra eu fechar o registro. “Moço, mas eu já tentei fazer isso.”. Perguntou se a água que estava vazando era muita mesmo ou era exagero meu. Brincar com uma coisa dessa, quase uma hora da manhã, definitivamente não era algo que me apetecia! O convenci da dimensão do caso, mas como estava sozinho, teve que acordar o porteiro que minutos depois chegou ao meu apartamento.
O problema era grande demais e impossível de ser resolvido na madrugada. “E agora, vai ficar vazando assim a noite inteira?”, perguntei enquanto imaginava o que enfrentaria: coisas como reunião de condomínio para me proibir de fazer minhas atividades domésticas rotineiras depois do horário comercial. O porteiro me explicou que teria que subir até o último andar, onde desligaria o registro do prédio, depois voltaria com um tampão que impediria o vazamento e depois liberaria a água. No dia seguinte eu teria que comprar a peça nova e, então, ele voltaria pra consertar. Me deu canseira só de ouvir. Coitado!
Solução temporária proposta e resolvida antes das duas da manhã. Depois que ele saiu, já mais aliviada, peguei um rodo e um pano de chão para limpar a inundação que restara. Mas aí aconteceu um problema pior...
Quebrei minha unha do dedinho, bem na metade. Não sei se o que doeu mais foi a dor da unha ao desprender-se da carne ou se foi o pesar por tê-la estragado apenas dois dias depois de tê-la feito. Esqueci-me do problema com a água, larguei o rodo e o pano no mesmo lugar e resolvi dormir.
A propósito, espero que o banheiro cresça, torne-se independente e se seque sozinho! Já tenho problemas demais cuidando de mim mesma.


P.s.: O Reter essências ainda está sob manutenção, teremos grandes mudanças. Mas, enquanto o outro não fica pronto, resolvi postar aqui mesmo! =D

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Blog em construção

Queridos amigos e leitores,


           O Reter essência tá em fase de manutenção. Em breve um blog mais bonito e mais clean. =D
Aguardem!


Joyce Figueiró

sábado, 24 de setembro de 2011

Escova de dente



Apaixonei desde que a vi de chinelos havaiana e short em um shopping na Zona Sul. Não gosto do modismo da elite carioca – que mudem pra São Paulo as burguesinhas do Rio! Ela estava sozinha. Queria me aproximar, mas não fui homem o suficiente pra isso. Pensei em segui-la, mas logo desisti. Também seria piegas demais.

- Corre, meu bem, a Ana Maria Braga tá começando a fazer a torta de chocolate.

Nunca gostei de assistir programas culinários, mas "quinta é dia do chocolate na Ana, anjo!" – foi o que ela me disse no dia que levou a escova de dente lá pra casa. O suficiente pra que eu começasse a trabalhar depois das dez nesse dia.

- Pra que anotar isso, meu amor? Não tem tudo na internet?

Precisava distraí-la para roubar-lhe um beijo que, especialmente nas quintas, tinha sabor de chocolate. Meu favorito. Levei o café na cama. Café puro mesmo. Ela gostava do mais forte e quase sem adoçar, eu preferia os melados...

- Amor, pode comprar uma barra de chocolate meio amargo quando tiver voltando do trabalho?

Ela mal sabia, mas qualquer pedido era uma ordem. Foi assim quando nos beijamos pela primeira vez. Estava no clube democráticos, na Lapa. Era dia de forró e eu não sabia dançar. Por que fui lá, então? Boa pergunta! Não sei exatamente. Fiquei sentado numa mesa, cheio de tédio. Pedi uma cerveja, mas antes que chegasse senti alguém puxar meu braço "dança comigo?". Era ela. Sim. A moça havia trocado o short e os chinelos por um par de sapatilhas e uma saia rodada.

Eu não sabia dançar (acho que eu já disse isso), mas também não consegui dizer um não pra ela...

- Ih, amor. Acho que a essência de baunilha acabou, você compra também?

Lembrei! Tinha gosto de baunilha o primeiro beijo que eu roubei bem ali, no meio da pista. Foi um pretexto que arrumei pra que ela não percebesse o meu desjeito. Ótimo pretexto, diga-se de passagem.
Ela sempre ria dos meus clichês. Gostava dos meus devaneios. Conseguia entende-la, só de olhar em seus olhos – e vice-versa. Éramos coniventes...

Não entendi e continuo sem entender o que aconteceu. Ela simplesmente partiu. Deixou somente uma carta de despedida. Não tinha mais apelidos carinhosos...

Meu café nunca esteve tão amargo quanto agora. Quando ela saiu pela porta não levou apenas suas roupas, nem o pouco de mim que ainda restava... Ela foi além. Levou o sabor adocicado de nossas cumplicidades. Mas a escova de dente ainda estava no meu banheiro.
Fernando Duarte Pazzini*

* Fernando Duarte Pazzini, vulgo F.D.P., é uma das minhas personagens que está brincando de ter vida própria. 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Convite: Lançamento



Lançamento do meu livro "Café, cálculos e crônicas"  
dia 16 de setembro, 19 horas, na livraria Saraiva do Shopping Rio Sul - 
Lauro Müller, 116. Botafogo - Rio de Janeiro





O livro contém 120 páginas com 35 crônicas - histórias cotidianas com um leve toque de  romance e humor.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

De uma mineira pra outra


                Tudo começou ali mesmo, na Saraiva do Rio Sul. Quer dizer, pra ser mais específica, começou em um ônibus voltando de um dia de assembleia. Ela sentou ao meu lado e começou a conversar comigo como se nos conhecêssemos há anos.
                - Você é de onde?
                - Sou mineira!
                - Sério? Eu também.
                Começamos a encontrar nossas semelhanças. “Eu tenho um blog.” Eu também. “Meu passatempo favorito é ir pra uma livraria e ficar lá lendo e tomando café.” Meu Deus! O meu também.
                - Qual seu nome?  - perguntei.
                - Marcinéia.
                “Marci o quê?” – pensei, mas não quis perguntar de novo. Ela poderia pensar que achei o nome estranho, ou sei lá... Sobre o nome não tenho nada a dizer, mas confesso que a achei muito peculiar. Eu estava no Rio de Janeiro há alguns meses e ninguém havia tentado puxar papo, fazer amizade comigo, como ela. Logo me passou o telefone e me chamou para uma caminhada. “Topo”, eu disse, esquecendo-me da minha preguiça. Mas mal sabia eu que ela também era do clube das sedentárias. Era daquelas que marcava uma praia na Urca e desviava logo pra Saraiva do Rio Sul...
                E foi ali na Saraiva do Rio Sul que surgiu essa história do livro. “Poxa, Joyce. Gostei muito do seu blog, porque você não escreve um livro?“ disse ela após me contar como estava sendo animador concluir o seu. Achei aquela observação completamente anormal – se ter um blog com algumas crônicas e poesias, enquanto estudava matemática, já me tornava paradoxal. O que seria de mim com um livro publicado? Quem publicaria um livro meu? E o mais importante, quem leria? A meia dúzia de pessoas que visitam meu blog (que incluía minha mãe e umas três tias?).
                Tentei não dar muita corda, mas a empolgação dela me contagiou. “Escreva sobre um menino prodígio, desses gêniozinhos, pode ser matemático, que se apaixona por uma patricinha qualquer.” – história mais clichê do que essa não existe. Mas nem me importei. Comecei a viajar, imaginar personagens, situações e coisas do tipo. Saímos dali com um nome. Era algo do tipo “Café e teoremas” e depois entrou um chocolate do meio, não sei como. Prometi que enviaria os capítulos à medida que fosse escrevendo. Ela deve estar esperando essa história até hoje. Nunca escrevi mais do que uma linha... Eu achava que escrever um livro me tornaria inconsistente – no sentido da lógica mesmo.
                Uns dois meses depois, estávamos na mesma livraria. Eu peguei um livro de crônicas do Veríssimo e ela me chamou. “Eu amo o Nicholas Sparks”. Eu o conhecia, quer dizer, conhecia os filmes – Diário de uma paixão, Amor pra recordar, Noites de Tormenta e Uma carta de amor – mas nunca tinha lido nenhum dos seus livros. Ela então abriu no prólogo de “Querido John” e leu em voz alta as primeira páginas aproveitando que não tinha quase ninguém perto.
                “Tá vendo, Joy. Tá vendo? Isso que eu tô te falando... você sabe escrever. Prestou atenção? Você consegue escrever um livro e vai ser bom.”
                Me empolguei, não só com a confiança e insistência dela, mas também com o texto na primeira pessoa, numa linguagem simples daquele escritor famoso. Corri pra casa e comecei a colocar minhas ideias num papel.
                Daí surgiu o Luan. Um mineirinho romântico, das antigas, amante de cartas, colecionador de selos e que se apaixonou, enquanto criança, por uma ruivinha que tinha cheiro de tutti-fruti. Consegui montar um enredo, criar personagens, situações e até um suspense. Com quem o Luan termina, afinal? Com a Camila, a Marcela ou a Lavínia? Não sei, porque não terminei a história. Parei na página duzentos, onde ele reencontra a “fulana” (vai que eu termine depois, né? Não posso contar agora.). Também não faço a mínima ideia de qual seria o nome do livro, chamo-o carinhosamente de “livro-sem-nome”.  Nunca fiz questão de termina-lo... Mas a Marcinéia não me deixa em paz. Ela leu todos os capítulos enquanto eu os escrevia. Dava sugestões, tentava empurrar o Luan pra alguma das meninas (mas eu não deixei – risos)... E agora ela quer que eu acabe logo com essa história. Independente do final, ela quer saber o que acontece.
                Tentei convence-la de que meus pensamentos não são convergentes. Que não consigo escrever histórias longas. Me perco em minhas digressões. Prefiro me concentrar em textos curtos, quem tenham início, meio e (en)fim em apenas duas laudas. Foi quando surgiu o “Café, cálculos e crônicas” – (lembra do ‘café e teoremas’?).
                Graças a ela, minha amiguinha e segunda mãe (ela não gosta quando perguntam se sou filha dela. Acha que estão chamando-a de velha.), eu ganhei um amigo e segundo pai, o Lincoln, e um filho – meu livro de crônicas que vai ser lançado no mesmo lugar onde toda essa história começou.
                Paradoxos, inconsistências e contradições à parte, eu sou muito sortuda por ter conhecido essa pessoa tão especial! Amo você, Honey!
               
    "Café, cálculos e crônicas", lançamento dia 16 de setembro, às 19h na Saraiva do Rio Sul.
     Aguardo vocês!

                

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Elementar, meu caro Watson!

               
                Minha tia foi a primeira a matar a charada. Confesso que eu nem desconfiava quando ela soltou um: “é óbvio!”. “Mas óbvio por quê?”, perguntei. Ela não o conhecia, ela não conhecia ninguém da turma, não sabia quantos eram os homens, nem as mulheres. Eu só tinha falado, no meu jeito eufórico, as coisas básicas: tem um jornalista, tem professora, tem astróloga, veterinária, assistente social, tem uma moça tímida e tem um senhor muito simpático que deve ser como eu. “Sabe quando eu me empolgo com algo que gosto, tia? Quando leio o mesmo livro várias vezes, vejo repetidas vezes um filme... “ Ela sabe, sabe tudinho sobre a minha pessoas e meus anseios. “Mas por que ele é como você?”, ela perguntou. “Uai, acredita que ele tá fazendo a oficina pela terceira vez? Estou empolgada, deve ser muito boa.” Isso foi tudo que contei no primeiro dia. E foi o suficiente.

                Quem começou com essa brincadeira foi o Luigi! Colocou-me logo no jogo dele. Uma hora antes da segunda aula, eu era apenas uma menina ansiosa, depois que ele chegou, torne-mei aprendiz de Sherlock Holmes. Na verdade bem verdadeira, quem começou mesmo foi o Felipe – “que diacho esse treco de pseudônimos, sô?”. Mas agora que já me acostumei, até que o perdoo. Assim como perdoei o Luigi...

                Primeiro a história da “Ia Tan”. “Você não sabe quem é a Ia Tan? Mas não é óbvio?!”.Ai me senti uma burra naquela hora. O que era tão óbvio que eu não tinha percebido? Cadê o meu raciocínio lógico adquirido depois de três anos de matemática? “Tânia, quem é Tânia?” Ele perguntou. Pois é, tinha uma Tânia na sala. Sim, concordo com você leitor, sabendo disso agora tudo ficou óbvio. Mas eu não sabia, poxa! O Luigi sabia, ele sabe de tudo, é um detetive de primeira – tem todos os nossos nomes, sobrenomes, profissões e interesses.

                Qualquer movimento, qualquer comentário, qualquer expressão facial virou motivo para suspeitas.  Todos entraram na brincadeira. Eram acusações pra lá, outras cá... E foi em uma dessas que o Daniel me enganou. Ele apontou para mim, olhou firme nos meus olhos e soltou um: “Eu sei quem é você!” Caramba! Ele pareceu saber mesmo! Mas se todos achavam que eu era o Eduardo, menos o Daniel, então só podia ser ele o matemático maluco. Cheque Mate! Eu estava enganada!

                As peças se encaixaram, mas desde antes eu já podia ver um “troféu grafite de ouro” na testa do Alexandre. Pensei que eu fosse andar de metrô com o Gomes Braga na última terça. Estava tudo certo. Ele estava andando comigo pela Marquês de Abrantes, atravessou a rua e quando eu pensei que ele iria entrar junto no metrô, ele desviou. Deu uma desculpa boba, tudo tática para me distrair. Se ele quis ser tão discreto assim, então porque deixou o blog “crônica da semana”, assinado por Alexandre Vicente, logado quando comentou nossas crônicas?  Que vacilo, uma verdadeira canelada!

                E a Sanfer? Ah, fala sério! Vocês não conseguem perceber as metáforas que saem do sorriso e da serenidade da voz da Raquel? É ela! Não tenho dúvidas. Quer dizer, tenho. Até porque, como dizem: “a dúvida é a única certeza que temos”. Mas eu desconfiava e, para ajudar, o Peregrino ainda fez um comentário no primeiro texto da Sanfer falando que ela tinha o “domínio da língua portuguesa”. Quem poderia ter tal domínio? É lógico! Uma moça das Letras! 

Toda vez que leio o texto do sagrado aquário, imagino a Iohana “num papo sério” com o tal santo.  Ela é a Flora Zahra com aquele sorriso tímido e cachos no cabelo. Não tenho outro argumento além da minha intuição. Espero que ela não falhe! (Risos) Também não venha me perguntar por que, mas desde a segunda aula eu cismei que a Ana Letícia é a Laranjinha. Ela tem cara Laranja, mas no diminutivo! Não quero dizer que você tem casca grossa ou gosto azedo, amiguinha, não me leve a mal. Pelo contrário, você é doce... Docinha!

O Fever, como disse a Sanfer, foi passear junto com a personagem do seu primeiro e único texto. Digo, com 99% de certeza, que ele é o Ricardo. E, seguindo esta mesma linha de raciocínio, temos a Hortênsia e a Victor Goes que não postaram textos essa semana, mas, “por pura coincidência”, duas coleguinhas faltaram na aula passada: a Marta e a Rosa. Logo, uma é um e a outra é a outra. Assim sendo, com 50% de chance de acerto, chuto:  Marta é o Victor Goes.

O Tonico, o Peregrino e o Paulo fizeram uma confusão gigante na minha cabeça! Fiquei brincando de fazer combinações de nomes com pseudônimos. No início eu achava que o Tárcio era a criança com pensamentos futuristas e imaginei o Daniel mandando a mulher parar de encher o saco com a história da conta.  Então me sobrou a Angela com o Tonico. Reli quase todos os textos e comentários e mudei tudo. Um pouquinho de análise combinatória me levou em 6 maneiras distintas, mas com probabilidade 1/3 ou aproximadamente 33% decidi que o Tárcio era o Paulo e a Angela o Peregrino. Por falar em matemática, que título foi esse: “Dois Pierre ao quadrado é poliedro pra cateto, Eduardo!”?! Genial! Isso é coisa do Tunico, digo, do Daniel!

                Vocês conseguiram fazer uma bagunça na matemática de fazer inveja em qualquer pós-doutorando de Princeton. Geniais! Cada detalhe – coerente ou não – teve um charme particular dentro de cada texto. (Eu jamais poderia fazer essas brincadeiras em outro lugar, porque milhares de aspirantes a matemáticos tentariam me oprimir). Mas aqui a gente pode tudo! Culpa da tal licença poética que, diga-se de passagem, a gente usa e abusa dela.

                Eu não percebi o que minha tia já sabia... O Matemático Esquizofrênico? É óbvio, não? Elementar, meu caro Luigi!


                               Joyce do Balaio ou seria melhor Menina de Figueiró?




p.s.: Pra quem leu e não entendeu nadicas, explico: Eu participei de uma oficina de crônicas na Estação das Letras, e todos os participantes tinham que postar um texto por semana usando um pseudônimo. Foram 4 semanas de mistério, todo mundo curioso. E hoje foi a revelação. Confesso que errei quase todos os meus palpites acima. hahaha Só acertei o Eduardo, a Ia Tan, o Gomes Braga e o Daniel.

sábado, 18 de junho de 2011

O Palhaço Herói


          Era dia de circo. Todos estavam eufóricos. A menina nunca havia assistido a um espetáculo antes. Estava empolgada. Saiu de casa com uma amiga.
         Estavam logo na entrada conversando quando apareceram os palhaços. Primeiro um, depois o outro e outro logo depois. Começaram se entrosar com as moças.  Falaram sobre tudo – sobre a queda do dólar, sobre o que frio que estava indo embora, sobre os próximos locais que estariam com o circo... Eles já estavam quase se sentindo amigos.
         De repente ela se sentiu estranha. Como se algo não estivesse muito bem. Olhou para a amiga para dizer: “não tô legal.” Mas não conseguiu concluir a frase. Estava muito fraca. As pernas amoleceram e ela acabou desmaiando no colo de um dos palhaços.       
       Foi um alvoroço. Todos se ofereceram para ajudar carrega-la. Um foi na frente abrindo o caminho. Outro gritava: “leva ela, leva ela”. E outro: “Precisa de ajuda? Posso fazer respiração boba à boca.
        Mas o palhaço corajoso não se distraiu com tamanha confusão. A segurou fortemente nos braços. E, numa rapidez incrível, chegou ao atendimento médico mais próximo.
        O palhaço sentiu-se mais tranquilo quando a viu conversando. Mesmo assim pediu para que a enfermeira a examinasse. Ele saiu porque só uma pessoa podia acompanha-la e, neste caso, a amiga era a mais indicada.
        Quando elas saíram e eles novamente se encontraram, riram muito do acontecido. Foram risos de nervosismo, vergonha e de alegria por ela estar se sentindo melhor.
        O espetáculo estava para começar. O palhaço tinha que se aprontar e elas precisavam procurar por um lugar na plateia. Despediram-se. A moça agradeceu o ato heroico do palhaço ao salvá-la. E ele disse que queria encontra-la novamente ao final do espetáculo.
        Aquele palhaço não se sentia mais um “palhaço”, de repente ele era um herói, um super-homem... O espetáculo foi sensacional. Ela divertiu-se muito com todas as apresentações, mas ainda sentia-se fraca. Foram logo para casa e não viram mais o palhaço.
       Ao sair do picadeiro o palhaço começou na busca pela menina. Procurou, procurou, procurou... Mas não a encontrou. Estava na hora de voltar para casa, mas a única coisa que o Palhaço-Super-Homem pensava era “onde estará a minha Lois Lane?”

domingo, 12 de junho de 2011

O Amor Permitido

O cabelo desarrumado
O vestido amassado
O sapato guardado

A ligação suspeita
A proposta aceita
A maquiagem perfeita

A noite esperada
A hora marcada
A saudade passada

O problema com o sentimento
O início do aborrecimento
O descontentamento 

A briga errada
A lágrima vazada
A maquiagem borrada

A tristeza da partida
A separação admitida
A noite mal dormida

A manhã angustiada
A mensagem enviada 
A resposta aguardada

A ligação recebida
A sinceridade percebida
A desculpa concedida

O jantar marcado
O coração agoniado

O abraço...
O beijo...

E o amor intensificado

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Recolhi-me

Encontro-me recolhida. Afastada do mundo. Aqui, onde eu estou, tudo
que ouço são os zumbidos dos mosquitos que insistem em atormentar o
meu sossego. Eu não tenho dormido, apenas coloco minha mente para
descansar. Não adianta me ligar, mandar torpedo, fax ou e-mail. Estou
escondida até da tecnologia. Nem carteiros passam por aqui. Talvez uma
parte de mim diga: "estou com saudade" e queira voltar. Mas a outra ainda
resiste. Quero ficar aqui mais um tempo. Só preciso do suficiente
para me conhecer melhor e, assim, ficar de bem comigo. Temos brigado.
Sim, eu comigo mesma. Mas isso passa... Talvez eu demore mais alguns
dias, semanas ou até meses. Só lhe peço um favor: me espere!